06/17/2025
06:05:09 AM
A relação entre coerência, imagem pública e confiança
As redes sociais representam um universo ilusório e
sugestivo, onde é possível assumir diferentes identidades. Nelas, é fácil
mostrar uma imagem diferente da realidade. O que vemos é, em grande parte
superficial e de certa forma, isso é até legítimo, afinal ninguém gosta de
expor suas vulnerabilidades e erros. E é justamente aí que reside um dos aspectos
centrais do seu impacto, pois muitos acabam nutrindo a crença de que o outro é
superior e que tudo em sua vida é melhor. A realidade é amplificada de forma
intencional para atrair.
No contexto empresarial, essa sedução digital que se
alimenta da emoção e da necessidade de ser validado, pode se tornar uma
armadilha, fazendo vítimas desprevenidas. Produtos ou serviços que na promessa
parecem extraordinários podem não corresponder as expectativas criadas nos
clientes. Isso não é apenas prejudicial para os outros, mas também para
empresas e marcas que ao persistirem com esses comportamentos acabam perdendo a
credibilidade. Na minha área de atuação, ouvi discursos e vi postagens confusas,
com a finalidade de vender soluções que não funcionam.
O ponto principal é que, mesmo que as redes sociais tenham
um impacto grande e rápido, a falta de verdade e lógica no que é apresentado
tende gradativamente a ser destrutivo. Quando as pessoas começam a conversar
entre si, a buscar informações em fontes confiáveis e a notar a diferença entre
a imagem pública e a realidade, a confiança se desmorona e o declínio da
empresa tende a ser devastador. Por isso, empresas e profissionais que querem
se destacar de forma duradoura devem ser responsáveis, transparentes em suas
comunicações, a fim de não ser taxado de golpista.
•Quando o especialista erra: a influência da
desinformação
Errar é humano! Como diz o ditado popular : é errando que se
aprende. Com tudo, quando um especialista ou figura pública influente, comete
um deslize, propaga informações errôneas ou mal interpretadas, a situação pode
transcender o simples engano. Nesses casos, é importante deixar o ego de lado e
admitir as próprias limitações. Um sincero «não sei», «vou me informar» ou «eu
errei» é preferível à teimosia em persistir no erro.
Ao dar ouvidos, o publico pode tomar decisões equivocadas e
apressadas, contratar serviços inadequados ou perder a capacidade de discernir
o verdadeiro do falso. E por vezes, torna-se algo difícil ter que reajustar
informações para outros profissionais pois o cliente chega com a convicção de
que as coisas são de uma determinada forma e não quer mudar a perspectiva. Não
foram poucos os que me procuraram com relatos preocupantes, afirmando terem
recebido certas orientações de advogados e juristas. Sempre tive um certo
ceticismo, porém a minha percepção mudou quando me apresentaram conversas e
áudios; e ao iniciar profissionalmente nas redes sociais, percebi a gravidade
da situação..
•Exemplos de empresários, advogados e consultores
migratórios que compartilham informações imprecisas, gerando confusão no
público
Jamais irei citar nomes de advogados ou de outros
profissionais, pois não é esse o intuito e tampouco a finalidade deste artigo.
A minha recomendação é : inspire-se nas jornadas migratórias de quem teve
sucesso apesar das dificuldades, mas não tente replicar a realidade dos outros
na sua. Cada história e cada percurso é único.
Não busque informações sobre questões legislativas e seus
direitos nas redes sociais. Não é o canal adequado para obter orientações
confiáveis. Embora tenham muitos conteúdos relevantes com informações fundadas,
a verdade é que há muita divergência, cada um diz uma coisa então é fácil
acabar completamente perdido. E permitam-me a sinceridade, mas no meu ponto de
vista, é importante procurar profissionais que não apenas conheçam, mas que
vivenciem os códigos culturais do país. Profissionais cujo propósito maior é
exercer sua função com integridade, e não «crescer» a qualquer custo.
Fonte: Destake News
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