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Doença de Wilson: Entenda a rara condição genética que
leva ao acúmulo de cobre e pode levar a falência do fígado
21 de fevereiro de 202513 views0
Médica explica como o diagnóstico precoce e o tratamento
adequados podem controlar doença e prevenir complicações graves
Rio de Janeiro, fevereiro de 2025 — A Doença de
Wilson, também conhecida como Doença do acúmulo de cobre, é uma condição
genética rara que compromete o processamento do cobre no organismo. Esse
distúrbio hereditário impede que o corpo elimine o excesso de cobre de forma
adequada, levando ao acúmulo progressivo desse metal no fígado, cérebro e
outros órgãos importantes. A prevalência global estimada é de um caso para cada
30.000 pessoas.
De acordo com a Dra. Maria Chiara Chindamo, hepatologista da
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e da Rede D’Or, a doença resulta
de uma mutação no gene ATP7B, responsável por regular o metabolismo do cobre.
“Quando as mutações no gene ATP7B estão presentes, o cobre acumula-se nos
tecidos de forma tóxica, causando danos hepáticos, neurológicos e psiquiátricos
que podem variar de casos leves até apresentações graves e irreversíveis se o
diagnóstico e tratamento não forem realizados precocemente”, explica a
especialista.
Os sintomas variam conforme o órgão afetado. Nos casos de
comprometimento hepático, pode ocorrer hepatite, cirrose e insuficiência
hepática. Quando o sistema nervoso é acometido, podem surgir tremores, rigidez
muscular, dificuldades de fala e movimentos involuntários. Também são comuns
alterações comportamentais, como depressão e quadros psiquiátricos.
O diagnóstico precoce faz toda diferença na qualidade de
vida do paciente, isso porque em casos não tratados ou tratados tardiamente a
doença pode causar danos cerebrais graves, insuficiência hepática ou ainda
levar a óbito. Medicamentos quelantes, como a penicilamina e o trientine, são
utilizados para remover o excesso de cobre do organismo e estão disponíveis em
programas do governo, de forma gratuita. Além disso, a adoção de uma dieta com
baixo teor em cobre é fundamental para o controle da doença, e em casos
avançados, o transplante de fígado pode ser necessário.
“O grande desafio está no diagnóstico precoce, já que os
sintomas iniciais podem ser confundidos com outras doenças. Um maior
conhecimento da população sobre a doença e, em especial dos profissionais de
saúde, é essencial para identificar e tratar a condição de forma adequada”,
destaca a Dra. Maria Chiara.
Dia Mundial das Doenças Raras
Com a proximidade do Dia Mundial das Doenças Raras,
celebrado em 28 de fevereiro, especialistas reforçam a importância da
divulgação de informações sobre a Doença de Wilson, contribuindo para o
diagnóstico precoce e melhor qualidade de vida dos pacientes.
A data é uma oportunidade crucial para aumentar a conscientização sobre doenças
raras e promover discussões sobre a necessidade de políticas públicas voltadas
para diagnóstico, tratamento e suporte aos pacientes e suas famílias. Campanhas
educativas, eventos informativos e depoimentos de pacientes podem ser
ferramentas essenciais para sensibilizar a sociedade e estimular a busca por
diagnóstico e tratamento adequados.
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Fonte:
ByDestake News
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