07/03/2025
06:05:03 AM
Grupos armados sequestram 120
crianças em Moçambique
Desde janeiro, ao menos 120
crianças foram sequestradas por um grupo de guerrilheiros islâmicos em Moçambique,
de acordo com a organização Human Rights Watch. Esses grupos
começaram a espalhar a violência pelo país desde 2017.
A Human Rights Watch registrou uma série de ataques do grupo
extremista al-Shabaab nas vilas de Mumu, Chibau, Ntotwe e Magaia, entre janeiro
e maio de 2025. Das 120 crianças raptadas, apenas seis foram soltas até agora.
Aquelas que permanecem sob o poder do grupo provavelmente estão sendo usadas em
trabalhos forçados, como carregar bens roubados e cuidar de plantações, além de
serem vítimas de casamentos forçados.
Esse grupo insurgente, conhecido como al-Shabaab ou ISIS-M, é ligado ao Estado
Islâmico e é uma organização diferente daquela presente na Somália com o mesmo
nome. “Quando os grupos extremistas atacam
as comunidades, priorizar os mais vulneráveis, como crianças e cristãos, é
um objetivo primário. Esse padrão vem sendo mantido em Moçambique. O sequestro
de crianças é um crime de guerra e cria um trauma devastador para toda a
comunidade”, diz Yonas Dembele, um analista da Portas Abertas.
Uma guerra esquecida
Essa insurgência
em Moçambique é uma das crises menos lembradas no mundo. Desde 2017,
mais de seis mil pessoas foram mortas. Incidentes terríveis, como decapitação
em massa, aconteceram com crianças e um pastor em 2021.
Em abril de 2025, um ataque na reserva ambiental de Niassa deslocou cerca de
duas mil pessoas. Dez trabalhadores desse parque foram mortos. Niassa agora
está sob controle militar, o que destruiu a economia local, que era baseada no
turismo.
Membros
das forças de segurança de Moçambique são acusados de violações dos
direitos humanos contra os próprios cidadãos. Apesar da libertação de algumas
das crianças sequestradas, os recursos para prestar suporte às vítimas
praticamente não existem.
“O país precisa de uma estratégia para quando uma criança volta para casa”, diz
Benilde Nhalivilo, do Fórum da Sociedade Civil pelos Direitos das Crianças em
Moçambique. De Camarões à Somália, as comunidades lutam para reintegrar vítimas
de sequestro dos grupos islâmicos.
Um recomeço difícil
Reféns soltos são vistos como não
confiáveis. As pessoas têm medo de que eles possam voltar aos grupos
terroristas ou sejam alvos de futuros ataques. Meninas também são vistas como
contaminadas ou indignas de casamento.
“O governo de Moçambique precisa tomar ações concretas para proteger as
crianças e prevenir que grupos armados as utilizem como ferramentas de
conflito. É preciso garantir medidas de reintegração para que essas crianças
não sejam deixadas de lado ao retornarem para suas comunidades”, diz Ashwanee
Budoo-Scholz, da Human Rights Watch.
Esteja ao lado de quem
precisa
A violência contra cristãos na
África Subsaariana é sem precedentes. Fiéis são alvos de uma campanha para
destruir a igreja. Líderes cristãos de toda a região clamam para que a igreja
ao redor do mundo esteja ao seu lado em oração. Participe do Desperta África e assine a petição pelo
fim da violência na África Subsaariana.
Fonte: Portas Abertas
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