05/30/2025
05:52:47 AM
Igreja Presbiteriana pode perder um milhão de membros até
o fim de 2025
Relatório anual aponta nova queda na membresia e no
número de congregações; liderança reconhece impacto simbólico e destaca aumento
em doações e batismos
O escritório nacional da Igreja Prebiteriana (EUA),
localizado em Louisville, Kentucky. (Foto: Cortesia PCUSA)
A Igreja
Presbiteriana dos Estados Unidos (PCUSA) pode terminar o ano de
2025 com menos um milhão de membros. A estimativa aparece no relatório anual
publicado neste mês pela Agência Unificada Interina da PCUSA, que registra uma
perda de aproximadamente 49 mil fiéis apenas em 2024. O total de membros caiu
de 1,094 milhão em 2023 para cerca de 1,045 milhão neste ano — queda que se
soma a um encolhimento de cerca de 150 mil pessoas desde 2021.
O número de anciãos também recuou, passando de 56.900 em
2021 para aproximadamente 51.400 em 2024. A quantidade de congregações caiu de
8.572 para 8.432 no mesmo período, o que representa a redução de 140 igrejas
locais.
Para o reverendo Dr. Tim Cargal, responsável pela supervisão
do levantamento, o atual ritmo de declínio pode levar a PCUSA a atingir uma
marca simbólica. “Como todos os números ‘marcos’, este certamente atrairá muita
atenção, e merecidamente”, afirmou ao Presbyterian News Service. “No entanto,
as perdas líquidas não contam toda a história”, acrescentou. Segundo ele, a
PCUSA continua acolhendo novos fiéis, apesar das tendências demográficas e
religiosas nos EUA.
A queda da membresia é um fenômeno observado desde os anos
2000, quando a denominação contava com mais de 2,5 milhões de membros. A marca
de menos de 2 milhões foi registrada em 2011, com anúncio oficial em 2012.
Apesar das perdas em adesão e estrutura, o relatório aponta
aumento nas contribuições financeiras. As doações regulares à denominação
cresceram de US$ 1,802 bilhão em 2023 para aproximadamente US$ 2,26 bilhões em
2024.
Também foram registrados avanços em outros indicadores, como
o número de batismos. Os batismos classificados como “apresentados por outros”
subiram de 7.511 em 2021 para 7.826 em 2024. Já os batismos por confirmação
passaram de 972 para 1.351 no mesmo período.
O relatório destaca ainda um discreto crescimento na
presença de membros que se identificam como “Não Binários/Genderqueer”, de
1.547 em 2023 para 1.728 em 2024.
Teologia progressista
Em novembro de 2024, a PCUSA anunciou
a reestruturação de ministérios e agências, além do corte de cargos em
nível nacional — decisão justificada, em parte, pelo declínio contínuo. Entre
os fatores que explicam o encolhimento da denominação está sua orientação
teológica progressista.
Nos últimos anos, diversas igrejas se desligaram da PCUSA
por discordância doutrinária. Um dos episódios mais emblemáticos ocorreu em
2010, quando a Assembleia Geral aprovou a ordenação de homossexuais não
celibatários. A decisão resultou na saída de cerca de 300 congregações, que
fundaram a Covenant Order of Evangelical Presbyterians (ECO), grupo de perfil
conservador.
Na época, o então secretário da denominação, Gradye Parsons,
atribuiu a queda a dois desafios principais: a necessidade de revitalizar o
compromisso com a Grande Comissão e o esforço de se conectar com a população
identificada como “espiritual, mas não religiosa”. Até o momento, no entanto,
essas estratégias não foram suficientes para conter a retração.
Folha Gospel – artigo publicado originalmente em Comunhão
com informações de The Christian Post
Fonte: Folha Gospel
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