12/01/2025
04:36:18 PM
Jordânia investe em projeto para celebrar aniversário do
batismo de Jesus
Tiago Chagas3 dias atrás
À medida que comunidades cristãs em diferentes países se
preparam para marcos ligados aos 2.000 anos da morte e ressurreição de Jesus,
previstos para serem lembrados em 2033, a Jordânia avança na organização da
primeira grande celebração desse ciclo: o aniversário, em 2030, do batismo de
Jesus em Betânia Além do Jordão, local reconhecido pela UNESCO como o ponto
onde João batizou Cristo e onde teve início o ministério público de Jesus.
O Reino Hachemita da Jordânia, governado pelo rei Abdullah
II, está planejando uma comemoração internacional para o 2.000º aniversário do
batismo. O ministro do Turismo e Antiguidades, Emad Hijazin, afirmou que a
Comissão do Sítio Batismal, o Ministério do Turismo e a Corte Real anunciarão
em breve um programa detalhado para o marco histórico.
Hijazin, integrante de uma família cristã de Karak, declarou
que pretende dialogar com líderes cristãos de diferentes países, entre eles o
reverendo Botrus Mansour, de Nazaré, atual secretário-geral da Aliança
Evangélica Mundial. Mansour afirmou ao veículo que a organização está disposta
a cooperar. “Nós, da Aliança Evangélica Mundial, estamos entusiasmados para ver
como podemos trabalhar em estreita colaboração com as autoridades jordanianas
nesta e em outras questões”, declarou.
O senador Michael Nazzal, presidente da Comissão de Turismo
e Patrimônio do Senado da Jordânia, ressaltou que o governo pretende apresentar
o milênio batismal como um momento de unidade cristã. “Sob a liderança de Sua
Majestade o Rei Abdullah II, estamos aprimorando a infraestrutura, expandindo
serviços de peregrinação e trabalhando com líderes religiosos de várias
denominações para acolher visitantes”, afirmou. Segundo ele, o Sítio Batismal é
considerado parte central do patrimônio cristão do país.
Representantes do setor turístico veem o evento como
oportunidade para recuperação econômica. Hanna Sawalha, proprietário da agência
Nebo Tours, declarou que o setor enfrenta dificuldades desde a pandemia de
COVID-19 e que o conflito em Gaza reduziu drasticamente o fluxo recente de
visitantes. “Agora que o cessar-fogo está sendo respeitado, podemos finalmente
planejar ações de médio e longo prazo que, esperamos, culminem na celebração do
milênio do batismo de Cristo”, afirmou.
O turismo representa cerca de 11,4% do PIB jordaniano. Em
2017, o Ministério do Turismo e Antiguidades registrou receitas de
aproximadamente 3,29 bilhões de dinares jordanianos, equivalentes a cerca de
US$ 4,6 bilhões. Tradicionalmente conhecido por seus sítios culturais e
naturais, o país espera ampliar o turismo religioso com as comemorações
previstas.
Para receber o aumento previsto de peregrinos, o governo
está arrecadando US$ 100 milhões destinados à construção de uma vila ambientada
no primeiro século, próxima ao local do batismo. O objetivo é oferecer aos
visitantes uma experiência histórica complementar.
Entre os principais destinos turísticos da Jordânia estão
Petra, incluída entre as Novas Sete Maravilhas do Mundo em 2007; Wadi Rum, área
de preservação e Patrimônio Mundial da UNESCO; e o Mar Morto, ponto mais baixo
da superfície terrestre. As autoridades estimam que o Sítio Batismal possa
integrar esse conjunto, contribuindo para um crescimento anual do turismo entre
2% e 5%. O Ministério das Finanças prevê uma taxa de crescimento de 2,9% em
2026, conforme informado pelo The
Christian Post.
Pesquisadores destacam que mais de 100 sítios arqueológicos
mencionados no Antigo e no Novo Testamento estão localizados em território
jordaniano. O Sítio Batismal, inscrito como Patrimônio Mundial da UNESCO em
2015, é identificado com base na referência do Evangelho de João 1:28, que
menciona o local “além do Jordão”.
Fonte: GOSPEL
Compartilhe